olha, pessoal, sou neo liberal, viu... mas quando a coisa engrossa, eu grito SHAZAM e meio que dou uma transformada aí...
Se deixarem tudo ruir por terra, ninguém vai ficar paupérrimo. Bom, pelo menos não tão paupérrimos quanto os personagens do último filme do Walter Salles, linha de passe, onde todo mundo é pobre. Em filme nacional, 90 por cento das vezes, todo mundo é pobre. Talvez façam um cinema que queira retratar a realidade, mas quem quer realidade, que vá andar na rua.
Me dizem que esse é melhor, porque não tem nem discussão, nem vitimização. Mas ainda assim, minha religião continua não permitindo ir ver pobraiada no cinema.
Sei que parece insensível, mas boa história é boa história. Assim como bom personagem é bom personagem. Independente da classe social na qual a história se passa. E falar de filosofia fazendo filme com Robin Williams em colégio tradicional tipo inglês é fácil. Quero ver fazer um usando kung fu numa ficção científica interpretado pelo Keanu “porta” Reeves. Por isso que curto os Wachowsky. Por isso que curto Matrix.
O primeiro, claro. Os outros dois, não reconheço. Se bem que acho que os Wachowsky também não.
Enfim, quem quer ficar rico, que vá produzir. Nem que seja parafusos. Essa galera de Wall Street inventou o “ficar rico sem trabalhar”, movimentando dinheiro daqui pra lá. E isso lá gera dinheiro? No máximo, faz ele trocar de mãos. E estamos vendo bem para que mãos ele vai. Ajuda o cacete! Deixa quebrar. Onde já se viu... passar o custo para todas as pessoas respeitáveis que decidiram trabalhar duro para continuarem pobres...
Ei, meninos, vocês acreditam que tem gente que trabalha pra ganhar dinheiro?
Pensei numa trilha sonora para essa crise. Optei por “Everything falls apart” (Tudo desmorona), do Husker Du. Ah, o Husker Du. Punks numa época em que punks eram punks. Depois, zuou tudo. Li no jornal, ontem, que estão comemorando 20 anos de “grunge”, aquela cena musical neo punk da qual Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e a galera da camisa de flanela fazia parte.
Quem inventou a onda foi uma gravadora de Seattle, a Sub Pop que na época, era como a nova “empresa promissora” do mercado. Todos os grandes jornais musicais (Melody Maker, Vox, Rolling Stone) diziam para investirmos em seus títulos. Na época, eu, como um investidor nanico desavisado, saí comprando todos os discos que a Sub Pop lançava...
Depois, fui vendo que muito do que eu tinha investido viraria pó em breve, que tinham mentido para mim e que tudo não passava de uma farra onde poucos enriqueciam e a maioria tomava na cabeça. Quando fui vender alguns dos títulos pelos quais tinha pago uma fortuna, me deram migalhas. Aí entendi o jogo e abri meu próprio negócio. Sim. Vendi Cd’s por dois anos e gosto de achar que fiz um bom trabalho, impedindo que pessoas boas fossem ludibriadas pela mídia e fizessem maus investimentos, tipo Bon Jovi, Mamonas Assassinas e discos tipo “Acústico MTV”. Parece ridículo hoje, mas eram investimentos muito valorizados na época, sabe...
Anos depois viria a saber da história de como a Sub Pop criou uma cenazinha musical nos cafundó dos EUA e fez o mundo todo acreditar que era a oitava maravilha do universo. Assim no mercado fonográfico, assim no de ações. Boa parte do fonográfico foi pro saco por causa da anarquia da internet. Agora, o outro chacoalha nas bases e em breve veremos o tamanho que realmente tem. E seus atravessadores, que ludibriaram até a mãe, também vão pagar pelos pecados. Há! Queimem.
E a frase para fechar este texto fica por conta do Flavor Flav (cover do Tião Macalé), do Public Enemy; “Don’t Believe the Hype” ( Não acredite no que a Veja, a Exame e o William Bonner te dizem).
Adeus