quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O cometa (Halley) Obama ou; sonhos e erros‏

Um grande desafio, eu já superei. Agora só faltam mais uns setenta.


E o Obama ganhou, como eu não disse que ganharia.


Nada me chateia mais do que constatar que estou errado. Só pagar impostos. Mas como as duas coisas são verdades absolutas na vida, pelo menos na minha, o negócio é continuar em marcha.


Mas isso não foi nada, se comparado ao que me aconteceu em 1986, o ano do Grande Erro.


Durante a passagem do cometa Halley, fundei uma equipe de lobby mirim para que todas as luzes de todos os apartamentos se apagassem durante uma hora, a fim de visualizar o evento em todo o seu esplendor. O motivo me parecia nobre. A retórica, perfeita; “Se a gente não vir agora, só daqui a 76 anos”. E me parecia natural, fazer tal papelão de porta em porta, já que, quando o cometa riscasse o firmamento com sua resplandecência de mil sóis, todos me ovacionariam e me cobririam de glórias.


Depois de árdua campanha conseguimos que não só nosso prédio apagasse todas as luzes, mas que também os prédios vizinhos.


Fiquei totalmente desmoralizado por causa daquele cometa cretino, ou melhor, por causa de sua quase que total ausência. Levei anos para recuperar a confiança dos moradores, da então síndica Dona Anita que Deus a tenha, e dos meus correligionários.


No céu de onde eu vi, foi muito mais mixuruca.


Mas o maior efeito que a (não) passagem do Halley teve em mim foi o ceticismo adquirido em relação a tudo que a TV me dizia. Lembrando que isso não só dura até hoje, como vem se agravando durante os anos.


A Estrela lançou o Halleyfante em 86. O design misturava cometa, elefante e bola de capotão. Era um milagre tecnológico, pois andava pra lá e pra cá e balbuciava mensagens de paz interestelar. E, claro, custava os tubos.


No final de 1985, a Globo montou o “Projeto Halley” a fim faturar em cima do cometa. Foi aquele terrorismo habitual; Especial de TV musical, reportagens no Fantástico, história em quadrinhos da família Halley, álbum de figurinhas e a cereja do bolo; o Halleyfante, um dos brinquedos mais vendidos no natal de 86. Altamente promovido por dois dos mais insidiosos agentes da máquina do mal de então; Fofão e Simony.


Simony: Nosso plano de empurrar a Família Halley goela abaixo de todo mundo funcionou direitinho.

Fofão: Sim. O próximo passo é inserir minhas músicas subliminares no comercial das sopinhas Knorr e assinar um contrato com a Dizzioli para vender chocolates péssimos.


A primeira razão pela qual achei que Obama perderia é porque foi a mídia que disse que ele ganharia. E a mídia, seja sobre Halley, seja sobre eleição, distorce, mente e manipula quase que o tempo inteiro. Nas eleições daqui, a dona Marta perdeu no primeiro turno por um ponto de diferença e todos se calaram sobre onde teriam ido parar os outros sete que algumas mídias juravam que ela tinha. Nos EUA, havia sido a mesma coisa nas reeleições de Bush e Reagan.


A segunda razão; É que os EUA são fundamentalmente racistas e econômicos liberais e Obama é crioulo e socialista.


Bom, daí que fui dormir pensando nisso. E sonhei.


Sonhei que dava uma psicografada de leve…. Primeiro, o Jânio, que me dizia para contar pro Obama que as mesmas “forças terríveis” que o afastaram do poder, ainda estão à solta , e que em caso de batida de frente com o sistema, nem mesmo uma eleição por maioria esmagadora pode impedir que venha a se tomar um toco. E Depois vinha o Jhon. É aquele tal de Kennedy. Dizendo que na época dele, fantasias socialistas demais em país econômico liberal, costumavam terminar numa bala na cabeça durante passeio em carro sem capota, mas que achava que talvez hoje, fosse possível que as coisas estivessem diferentes. Possível, não provável.


E o Collor disse que nada de quebrar monopólios nem ir contra quem o elegeu. Senão, te dão um piáu.


E eu: ― Peraí, Collor. Ce não tá morto, cara.


E ele: ― Não?


Pensei bem e resolvi não responder, por não estar mais já tão convencido.


Acordei com a certeza de que independentemente dos percalços e perigos, Obama tem condição de começar a liderar as pessoas na direção que elas desejam, pois parece ser um grande líder. E foi por isso que uma maioria de gente, que não vota habitualmente, foi às urnas elegê-lo. Porque querem mudanças mais do que se importam com o racismo ou com liberalismo econômico. E por estarem cheios das patetadas e calúnias dos republicanos. Olha a nova geração chegando ao poder aí, gente!!!


E em tempo... às vezes, fico feliz por estar errado. Essa foi uma. Go Obama Go. A torcida está fazendo bem a parte dela. Resta continuar fazendo bem a sua. E sorte...


Adeus



4 comentários:

Unknown disse...

Go Eric Go! Vc ta cada vez melhor! Bj da sua fã, Fabbie!

Anônimo disse...

Sim Obama,meu marido ,ele ganhou...I´m his little girrrll...delicioso!
E o boneco Fofão?Esse é o maior par de testículos que euzinha já viu,né?E ainda por cima faciais....

Anônimo disse...

Ah ha! Mas o melhor mesmo vai ser ver a Black White House. E a, verdadeiramente, first black family. E imagina que fofo os agentes do governo protegendo ao inves de perseguir? Serah que os agentes secretos vao conseguir se adaptar aa tempo? E meu, essa tem que rolar, festa na Black House com Snoop Dog pra animar! Essa eu nao perco de jeito nenhum. E viva a pos-modernidade onde a esquerda de lah eh a direita daqui. O catalao.

Anônimo disse...

Delicioso! (o texto)