Encontro o Herbert no metrô com o meu Sêneca favorito a tira colo. Às tantas, ele me pergunta; como pode dar tanta importância a super heróis gostando tanto de filosofia? Eu respondo que é exatamente por gostar de filosofia que levo tanto os super heróis a sério. Ele franze a testa. Hmm... ainda faltam seis estações. Acho que dá tempo.
O negócio é a representação. Gosto de como cada super herói representa uma característica humana. Heróis são gente capaz de atos que inspiram seus contemporâneos. Sejam de papel, sejam de carne e sangue, pois no campo das interpretações, não há diferença entre Ayrton Senna ou Speed Racer. Péle ou Super Homem. Pois todos são capazes de nos deixar boquiabertos com seus atos e nos inspirar a continuar em frente mesmo quando tudo parece perdido. Afinal, não afinam quando a coisa engrossa.
Ah, então você curte os de carne e osso também?
Dããããã. Claro. Não só pessoas que me inspiraram com seus atos, mas que também me consolaram com suas artes.
Tipo quem?
Tipo o pessoal do Jesus And Mary Chain.
Jesus And Mary Quem?
Chain! Mary Chain!. É uma banda. São dois irmãos. Aliás, os conheci final de semana passado, quando aportaram para um show no festival Planeta Terra aqui
Quando adolescente, eu tinha certeza que aqueles dois saíram das garagens frias escocesas com suas guitarras matadoras e letras apocalípticas só para me lembrar que eu não estava sozinho. Várias vezes suas músicas eram tudo que eu tinha quando tudo mais era amargo. Comigo foi Jesus, com você, sei lá. O Corinthians...
Mas eu sou palmeirense...
Whatever...
The Jesus And mary Chain: Happy When it Rains
Saímos do aeroporto de Guarulhos sob chuva torrencial.Fiquei feliz quando choveu.
Putz. Pod’s crê. Pod’s crê. Faz sentido essa parada aí de herói. Pra mim, cê tá ligado que o verdão pra mim é tudo, né? Então... cê lembra do Mirandinha?
Não. Esqueci.
Pois aquele cara que me ensinou a não ter medo de entrar
Quem me inspirou a não ter medo da vida foi o Demolidor, o homem sem medo. O Batman é o meu favorito porque é solitário, assim como os irmãos Reid, que embora dois, sempre me sugeriram habitar um mundo vazio.
E a mulherada?
Ah, não tô pegando ninguém não...
Não! Tô falando de heroínas. Cê não curte, tipo, a Mulher Maravilha?
Hm. Sempre peguei mal com heroínas. Sempre imaginei que se a Mulher Maravilha fosse real, pareceria a Miss Maromba 2008. E eu nunca gostei de mulheres vitaminadas. Pra mim, força bruta é coisa de homem.
Meio viagem ficar pensando como os heróis seriam na realidade, hein, Lovriquí...?
Tsc. Tem nêgo mais doente do que eu. Tem um artista, o Alex Ross, que usou os super heróis para superar as dificuldades da infância e adolescência. Cresceu, se apaixonou por Michelangelo e hoje representa os seus heróis favoritos de maneira ultra realista.
Que dia! Tô só o pó. Duas entrevistas, uma matéria, salvar um avião caindo e lutar contra o Brainiac...tudo isso antes do café da manhã. Êpa! O Que é aquilo? Uma mancha de Toddynho no carpete? Droga! Meu trabalho nunca acaba.
E cê não curte, tipo, as meninas superpoderosas?
Adoro, mas elas são outros quinhentos. Elas habitam um universo onde nada pode ser levado à sério. Adoro aquelas meninas porque brincam quando têm que brincar, mas na hora de sentar o braço, meu Deus do céu. Mas eu tenho trinta e tralálá. Elas devem servir de inspiração para as meninas de hoje. Quando eu era criança, assistia Thundercats e o ouvia o lema “Justiça, verdade, honra e lealdade”, que prego até hoje. Mas a violência não era tão explícita. Por isso me incomoda um pouco que as meninas de hoje pirem tanto nas Meninas. O mundo mudou.
Pra pior?
Se quer um monumento, olhe ao redor...
Um jovem ouvia um som cacofônico qualquer saído do seu celular (já não inventaram os fones?) e a maioria olhava hipnotizada a tevezinha com suas mensagens subliminares. E meu pai, que me ensinou que nossos olhos e ouvidos eram livres. Aquele mentiroso...
Vocês ainda não viram nada. Um dia, sofreremos de TPM.
Então nunca gostou de super heroínas?
Gostava só da Ravena, dos Jovens Titãs. Aquilo sim, era mulher. Absorvia a dor dos outros e as fazia suas. Depois liberava a dor pro espaço, mas até então, sofria. Sempre triste, por hábito e por medo de sentir fortes emoções, porque seu lado negro poderia se libertar. Até que se libertou em algumas edições, mas nunca me sugeriu ser algo que um bom cafuné não pudesse resolver. Se fosse pra eu casar com alguma heroína, casaria com a Ravena.
Os Jovens Titãs na nova versão em desenho da Cartoon Netwrok. Hoje, a Ravena sorri. A garota evoluiu. Parabéns.
Valeu, Lovriquí!
Segura a onda, man!
E dedico o post de hoje como sinal de gratidão a um grande amigo. Sua mãe o chama de filho, sua esposa, de babe. Os ecos do passado, de Dias. Seus irmãos, de Dã. Seus fãs, de Cozta. Inimigos, não o chamam, pois nem sequer os tem. Pra mim, “Juma” basta. Valeu, bro.
Logo mais tem mais
Até
ps. Seguem alguns links para o trabalho de Alex Ross, caso interesse...
3 comentários:
ó que chic!!... vou guardar na agenda.. abs!
You are almost gold, Lovric.
beijo, Ravena.
e ae elovric,
talvez nao se lembre de mim,
mas vou ajudar.
Eu morava em brasilia quando vi o
site do C. sao paulo no programa Tudo a ver,
e entrei em contato com vcs, cheguei até mandar um desenho
feito no paint.Bem agora moro em BH
e to dando continuidade as minhas artes se puder dar uma olhada no meu blog depois.
Gilson (não o chatão)rsrs
www.gilsoncartum.blogspot.com
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