Pior foi My Girl (Minha pequena), estrelando Macaulay Culkin, que saiu por aqui como “Meu primeiro amor”. Aí, fizeram uma seqüência, My Girl II, que ao invés de “Meu segundo amor”, pois o amor era outro, saiu como “Meu primeiro amor II”. Se fosse em Portugal, nêgo não perdoava.
Mas justiça seja feita. Às vezes eles acertam. Como em “Esqueceram de Mim”, também com Macaulay Culkin, que na verdade é “Home Alone” (Sozinho na Casa). Quando veio a sequência, ficou Home Alone2, Lost in New York (Sozinho na casa 2. Perdido em Noviorque). Em português ficou melhor, pois nem em casa ele estava. Êêêêê, Roliúde....
Os pais têm, no mínimo, nove meses para pensar o nome do rebento. Aí nasce e eles me colocam o nome do moleque de Macaulay...
Bom, daí que o Macaulay foi lá, fez Esqueceram de Mim, herdou todos os problemas que o dinheiro pode prover, cresceu e se afundou em drogas.
Antes disso, fez o “Esqueceram de mim II”. Já o III, foi um outro moleque nada a ver. Êêêêê Roliúde....
Esqueceram de Mim 4 poderia ser tanto uma tentativa de fazer uma grana extra com a franquia que o catapultou, como um documentário sobre como às vezes, a vida imita a arte, afundando gente em esquecimento.
Mas que mereceu, mereceu, pois fez parte do conluio que insiste em dar sobrevida àquela besta do Riquinho, a maior piada de mau gosto em desenho que já vi. Um menininho milionário branco, num subúrbio tal qual, ordenando que seus vassalos banhem "dollar”, seu cachorro.
"Não sei como tem gente que prefere andar de busão."
Nada contra os brancos ricos. E entendo que a molecada curta a idéia de ter montanha russa, catapultas e afins dentro de casa e entre na onda. Mas Riquinho é chato porque é um personagem cuja importancia está no que tem, e não no que é, o que o tornaria elegível como representante pop mor da sociedade moderna.
Riquinho , quando gostava de algo, comprava logo dois. Sem amigos e com pai ausentes, se fosse de carne e osso, teria grandes chances de se dar mal a
Mas o desenho não é crítica nem da sociedade de consumo, nem da sua intolerável boçalidade, nem do comércio de gente como mercadoria, ainda que de luxo. Riquinho Rico (Richie Rich) foi criado década de 50, em quadrinhos, no auge do otimismo americano. Sua última incursão à TV, em série animada de 1996, foi cancelada depois de 13 episódios. E hoje, o Richie Rich na ativa é um rapper negão que pegou o nome emprestado, pois como se pode ver em qualquer clipe de rap, vários crioulos já podem cantar sobre "La Dolce Vita" com propriedade. Isso porque saíram “do nada” há menos de 50 anos. Sempre que tenho vontade de odiar a América, me lembro do quanto aquilo é meritocrático. E a vontade desaparece.
O Riquinho de hoje e o de outrora. “É nóis na fita”, diria Obama, se pudesse.
Se por um acaso você está com uma vaga sensação de já ter gostado do Riquinho, não se preocupe. Basta assistir a um episódio do desenho feito por Hanna-Barbera, nos 80, que passa.
Mas do que eu falava mesmo? Ah, sim, do Macaulay. Então...o que vai, volta, porque existe uma ordem no caos, ou como diria o pessoal lá da paróquia, "Deus castiga". E aí Esqueceram-se dele mesmo.
Se bem que às vezes ele dá o ar da graça. Há uns dez anos, o pessoal do Sonic Youth pediu para ele gravar um clip com eles e ele atendeu ao chamdo do dever. Se o Thurston chamar, tem que ir. Como se o Luís Ignácio. Não é a pessoa. É o título. O de Thurston poderia ser "Bastião do rock underground americano contemporâneo". Exagero? Sei não... se houvesse votação, provavelmente atingiria popularidade de Luís Ignácio. E Vox Poppulli...
O Eddie Murphy fez “Beverly Hills Cop” ( Gambé de Beverly Hills), que virou “Um tira da Pesada”. Nessa, chutaram o balde, pois nunca ouvi ninguém usando nem "Tira", nem "da Pesada" de maneira séria. Mas o sucesso do filme tornou “da pesada” supimpa entre tradutores. Uma comédia finlandesa que se passa na Noruega? Pronto. Um fiorde da Pesada. Nem precisa saber o nome original.
E A Globo entrou na onda e santificou os termos, "galera", "da pesada" e "confusão" para promover os filmes da Sessão da tarde. Se o governo tivesse baixado uma portaria legislando a favor da babaquice, não teria surtido metade do efeito:
"...uma galera muito pirada aprontando altas confusões". Afe!
Adeus
5 comentários:
é, sempre me perguntei quem cargas d'água traduz os títulos.
Pelo menos os poloneses foram mais felizes... traduziram os cartazes...
As piores da tv para mim são beeeshownas(in English,please) como a Tonya Cruise e a Gianecchinette casando com mulher...tv é isso, só mentiras,além das péssimas traduções...um mundo de fantasias..ruins.Depois tem gente que diz que não acredita em et,em fantasma..mas acredita fácil,fácil nestes contos-de-fadas ridículos...
Tem um desenho "da hora" chamado "Trabalhadores Parasitas". Foi feito em algum país caindo aos pedaços do leste europeu. Passou no programa do Krusty quando Comichão E Coçadinha foi proibido, lembra? Bons tempos.
Oi!!!!
primeira vez por aqui e estou me deliciando com os textos, parabéns!!!
ó, mas tenho uma desculpa ótima para não ter vindo antes, nasceu minha primeira sobrinha, filha do Akira. Sabe qual o nome dela? Yumi, como a tia coruja aqui.
Quarta geração Sato no Brasil, estou muito feliz!!!!
beijo e me liga?
Não podemos esquecer do filme "Party Monster" que o Macaulay Culkin fez em 2003 interpretando uma mocinha feliz e colorida promovendo festas e usando todas as drogas que via pela frente...
Pobre Macaulay... Será que ele segue a tradição dos zuados no nascimento? Ou podia ser diferente com um nominho desses?
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