quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Obrigado por fumar ou: Seríamos todos macaquitos?

Isso é um trabalho para o super-home... er quer dizer... para o super lobbysta da indústria de tabaco.

Odeio quando me dão uma baforada na cara enquanto como. Não acho que cigarro e comida combinem. Mas depois que se come, acho assim... tipo... super tudo a ver.

O que os não fumantes não entendem é o prazer que o cigarro traz. Vício por vício, não há quem viva sem. Conheço não fumantes que se afundam em Café ou videogame.

“Ah, mas o cigarro mata também quem está ao lado”. Faz sentido. O que não faz é fumante passivo não se importar com a quantidade de poluentes que o seu carro despeja na atmosfera. Ou então, por que não anda de busão? Idéia, ou se abraça ou desencana. Falta atitude, no nosso tempo...

E se o problema é morrer, então está resolvido, pois tudo mata. Afundamos o cocorucu toda noite em travesseiro com químicos usados para dificultar que a parada pegue fogo. Matamos os fios lá de casa com internet, mouse e teclado “wireless”. Sem contar o celular. Não nos ocorre que talvez faça mal, pois não vemos ou sentimos nada (ainda), mas alguém se surpreenderia se daqui há vinte anos “os estudos comprovassem” que isso causa câncer?

Agora, quem são “os estudos”? Sempre ouço falar deles e nunca me foram devidamente apresentados, Os estudos. E com que facilidade eles chegam dizendo o que é, o que não é, e o mais cabuloso, como as coisas devem passar a ser.

Pois bem, Nova Iorque, Londres, Roma, Paris e Rio caíram, porque Os Estudos assim quiseram e fizeram. Serra diz que São Paulo é a próxima, o que deve criar uma reação em cadeia no resto do país. O Luís Ignácio, em resposta, disse que no gabinete dele, continuará fumando, pois quem manda lá é ele (a melhor propaganda anti-Lula é deixá-lo falar) e nada muda, continuamos rumo ladeira abaixo.

Digo ladeira abaixo porque mais e mais deixamos passar o importante. A questão não deveria ser sobre contra ou a favor, mas sobre quem realmente está decidindo que não deve-se mais fumar. Os mesmos que decidiram que há vinte anos podia-se? Os mesmos que decidem que não se pode usar certas drogas, consequentemente alimentando um mercado negro que gera uma arrecadação brutal? Os mesmos que lavam essa arrecadação em bolsas de valores onde “gente respeitável” ganha o pão ou onde a vassalagem mais sofisticada sonha fazer fortuna? Os mesmos que tentam me convencer que tudo vai ficar bem quando eu tiver carro gostoso, apartamento veloz e mina nova? Sei...

Contra quem, ou o quê, vão legislar em seguida?


Enquanto me barbeava, anteontém, pensei que talvez o governo quisesse proibir o cigarro para aliviar os custos de tratamento com os doentes de câncer de pulmão. Gozado. Não acredito que a maior parte dos fumantes lendo isso vá procurar o serviço de saúde pública quando o câncer chegar. Então penso que talvez o governo esteja legislando a favor de uma maioria, como acho que deve ser. Mas ainda assim, a maioria morreria, se dependesse da saúde que o governo oferece. Hm. Ou o governo tem estratagemas além da minha compreensão ou estamos diante de um novo caso de complexo de terceiro mundo. Complexo que é minimizado sempre que adotamos alguma medida já aprovada lá em cima. Quer funcione ou não. Seja distribuir cotas para crioulos antes de definir quem o é, ou adotar índices econômicos europeus numa economia onde toda a cena cultural poderia ser bancada com o dinheiro de uma única super produção de Roliúde. Sou a favor da proibição. Respeito a opinião de quem é contra. Mas não tolero a macaquice.

A primeira emenda americana nunca é desrespeitada. É louvável. Diz-se o que se quer (menos o auto-censurável, lógico). Mas tem efeitos colaterais. O mais hediondo é o de dar o poder da palavra e do veto aos “implicantes classe A”. Tipo Michael Moore, Al Gore e os moradores milionários da ilha da fantasia (leia-se Roliúde). Falam sobre o aquecimento global e afins e destacam-se por suas imagens e por acharem que sabem mais que a comunidade científica. Esse é os EUA que imitamos. Sempre. O ruim, o tosco, o hediondo. Acredite se quiser.

Mas nem tudo está perdido para os fumantes. Há heróis dignos lutando pela causa. O primeiro é Nick Naylor, do filme “Obrigado Por Fumar” (Thank You For Smoking). Aaron Eckhart, que fez o Duas Caras no Batman, é um lobbysta da indústria de tabaco. Seu trabalho é garantir o direito que a indústria tem de continuar existindo. Isso, num mundo sempre pronto a jugá-lo e condená-lo. Impossível não sentir simpatia por ele. E o filme é extremamente divertido.

O filme conta ainda com Katie Holmes, a senhora Tom Cruise, que esteve no primeiro filme do Batman e J.K. Simmons, que fez o JJJ, o chefe do homem Aranha nos três filmes. Olhaí... dá até pra fazer de conta que é um crossover Marvel/DC.

Ele recarregava a energia fumando. Era a “bagana atômica”.

E não podemos esquecer também do “Oitavo Homem”. Animação japonesa da década de 60 que trazia um andróide que lutava contra o mal e que, pra recarregar as energias, tirava um cigarro do bolso e fumava-o. Ah, que tempos. É, fumantes... proibido ou não, a era de ouro do cigarro chegou ao fim.


Abertura do Oitavo Homem. Não se lembra? Tudo bem... esse passa,vai...


Adeus,


L

Ps. Sou a favor da proibição porque no médio prazo, levariam estabelecimentos a planejar melhor seus espaços. Para mim, melhor que fumar na hora certa, só fumar sob o firmamento.

5 comentários:

andré spera disse...

o politicamente correto está matando a graça do mundo.

Anônimo disse...

Imagina aquele programa antigo dos Trapalhões. Jamais passaria nos dias de hoje.

Anônimo disse...

Frequento algumas dessas capitais (lembrando que NY não é capital nem do estado de NY) que já proibiram o fumo em lugares públicos e confesso que sempre que estou por lá a vontade de sair para um bar ou mesmo restaurante é muito maior do que tenho em SP. Uma das coisas que não suporto nas baladas é voltar defumado de cigarro alheio. Fico puto também com restaurantes que deixam as melhores áreas (geralmente perto de janelas) para os fumantes. Se faz mal a saúde ou não, não sei e não me interessa saber. Sei que fumaça me incomoda e muito. Que proibam também o fumo nas calçadas e pontos de ônibus como já fizeram algumas cidades do mundo.

Anônimo disse...

sensacional, eric!

Anônimo disse...

Eu parabenizo o Brasil ,país que eu "amooooooo",por ser campeão na criação constante de novas leis e tmabém na absoluta falta de justiça.