Versão pá pum:
Oi.
Vê aqui que legal o novo do Gilson.
Versão Pãns:
Às vezes, fico assistindo desenhos e imaginando quais as razões que levaram os personagens a se tornarem quem são. Por exemplo, a Olivia Palito. Imagino que ela exista ou tenha existido na vida real. Ou você acha que em toda a história da humanidade nunca houve uma magricela cujo grande tesão era ver dois machos, ainda que paspalhos, trocarem sopapos por ela? Então, a Olivia Palito... Eu fico puto quando assisto Popeye porque, em vários episódios, ele e o Brutus estão até se divertindo como amigos, até que chega a magricela e fode tudo. Quais os fatores que levam uma mulher a definir sua existência dessa forma? Freud explica?
O Pernalonga representa o sujeito equilibrado, que quer viver sua vida tranquilamente até que um desavisado o sacaneia e ele se vê obrigado a lavar a honra. Compreensível. Mas e o Pica Pau? Ele sempre sacaneia primeiro e o faz porque gosta, não porque precisa. Está no mundo para tocar o puteiro e como tem grande talento para isso, nem se indaga sobre a validade da ação. Einstein queria achar a ordem no caos, mas que cientista poderia explicar alguém que promove o caos para ultrajar a ordem? Na minha opinião, talvez o Freud. E o que quer que explicasse nesse caso, acho que também se aplicaria ao Hugo Chavez.
E Freud seria capaz de explicar o Lex Luthor? Na ausência dele, me aventuro. Lex é o pior tipo de vilão porque desenvolveu à perfeição uma fachada de respeitabilidade. Lex poderia usar seu intelecto acima de 200 para a filantropia, mas neca. Porque não é nem cristão, nem budista, nem espírita, nem patavina. Se a mamãe e o papai Luthor o tivessem moldado à base de alguma dessas condutas morais da hora, teria virado Ghandi ou Teresa, mas sem um norte espiritual, virou um maquiavélico niilista e deu no que deu. Entrou no grupinho de Alexandre o Grande, Adolf Bigodinho, Mao Tsé, Fidel e patota. Gente que promoveu o bem ou o mal através do caos sobretudo porque perdeu contato com o homem comum e seus desejos comezinhos. Pessoas que, para satisfazerem os seus, passaram por cima dos desejos da maioria dos seus contemporâneos. Têm casos crônicos de nego que chega a pensar que é Deus e depois, lógico, cai em desgraça porque não dá pra virar Deus. Robespierre que o diga. Mas e esses caras? Freud explica?
Mas deve ser punk isso. Desafiar o Status Quo e ganhar. Outro dia, li uma entrevista de 1982 com Michael Jackson, já meio tãm-tãm, na época de lançamento de Thriller. Imagine, o cara bateu os brancos em vendas num país onde, vinte anos antes, brancos e crioulos faziam número um e dois em ambientes separados. Não é pouca coisa. Depois disso, imagino que deve ter começado a se perguntar o que NÃO conseguiria fazer. E estamos falando de Jackson, que quando muito, foi talvez o maior artista de sua geração. Imagine Napoleão, que redesenhou a Europa ou Adolf Bigodinho, que fez o mundo borrar as calças. O que fez essa gente se tornar quem são? Queria que o Freud tivesse aqui pra eu perguntar pra ele.
Mas então... o que faz de um chato, um chato? Por que alguém é chato? Sempre que encontro um, enquanto ele fala e fala, me transporto para uma galáxia distante e me ponho a meditar sobre o que faz fulano/fulana estar me enchendo os pacová com uma história que me causa tamanho tédio. E como já se não bastasse a história chata, o chato ainda acha a história mó legal. Lógico que todos temos nossas chatices, mas tem gente que ganha por causa disso. Porque são mais chatos que o habitual e porque não se dão conta. Pouca coisa no mundo é pior do que um chato que se acha legal. Só impostos, mas aí não conta, porque tem a ver com governo.
Por isso, venho por meio deste episódio dar algumas dicas do que pode ter contribuído para que o Gilson atingisse os píncaros da malice sem alça. Teria sido sua mãe? Hmmm. Acho que seria a explicação do Freud.
Então, vê aqui.
E por hoje é só. Tenho que ir porque ainda tenho que investigar por que raios aquela besta do Donald sai do banho enrolado na toalha quando normalmente nem calça ele usa.
Adeus
Um comentário:
EXCELENTE TEXTO, CARA!!
falou de tudo: política, quadrinhos, tecnologia, sua (ou nossa?) visão de mundo... sem ser chato ou dono da verdade como a maioria dos críticos de cinema =P
recebi o link através da inker
grande abraço
Renato Lima
editor de bolso da revista jukebox
(ex revista mosh!)
Grajaú - Rio de Janeiro
Postar um comentário